A verdade é que estamos em um livro incessante, com cada conjunto de semanas formando um novo capítulo, na maioria deles não acontece nada, mas como em um livro ruim ao qual você é obrigado a terminar a leitura, por algum motivo; surge um capítulo que valha a pena ser lido (ou um dia a ser vivido), quando ele se enche de personagens notáveis e marcantes, mesmo por um breve período de tempo, quando a sua história se cruza com a de outras pessoas, é como em um livro que se mistura com outros em uma prateleira, as vezes não se é protagonista nem ao menos de sua própria história; quanto a isso, vale o conselho de uma música que me tira da realidade de meu próprio livro : Todo esse ódio!, pegue essa vida e a faça ser sua! Esta é a sua história!, infelizmente você não tem o poder de escolher em qual livro gostaria de estar, infelizmente meu livro não é de romance, ao qual eu deveria encontrar um amor arrebatador que me faça esquecer de tudo, e me importar somente com esse sentimento imaginavelmente palpável de preenchimento e sentido, como se finalmente algo se encaixasse e fizesse sentido. Nem de terror, nem ao menos de drama, meu livro se consiste na solidão de uma vida imaginada e idealizada que existe em um vago espaço de minha mente, meu livro é uma poesia incompleta e interminável, que provavelmente acabará sem um final. Esse livro ao qual estamos presos depende de nós á ser escrito, ele pode ser tão lindo e leve como nas comédias contadas e representadas de shakespeare, ou tristes profundas e realistas como em livros de Victor Hugo, ou mesmo, pode apenas existir, sem nenhum firmamento de realidade concreta, como em poemas de Álvarez de Azevedo: Amar, nada mais é que sonhar! Se fosse descrever minha vida, esse provavelmente seria meu livro.
Mariana Carolina.